Na 5ª feira, 29 de outubro, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul (Brasil) sob comando da governadora Yeda Crusius, invadiu a sede da Federação Anarquista do Rio Grande do Sul. A polícia apreendeu vários materiais como cartazes, atas de reunião, o HD de um computador e também o conteúdo de latas de lixo que estavam no local. Ela também tentou intimidar aqueles que demonstraram sua solidariedade e cujos nomes estavam no site da organização. Dois companheiros foram levados à delegacia para depor e estão sendo processados.
Os companheiros da FAG lutam há anos contra a exclusão e a precariedade, defendendo a justiça e condições de vida mais dignas. É muito conhecido seu trabalho com os catadores (coletores de materiais recicláveis), com os sem-teto, os sem-terra. Um trabalho que é realizado há anos com os “de baixo”.
Este é o motivo de a polícia do estado do Rio Grande do Sul estar reprimindo os companheiros da FAG. Um estado imerso em escândalos de corrupção e que adota uma atitude repressora contra coletivos e organizações que exercem livremente a liberdade de expressão para criticar as diferentes políticas antipopulares do governo. Esta é a resposta do governo aos protestos sociais. E a FAG não foi a primeira a ser atacada: devemos recordar do assassinato do camponês sem-terra Eltom Brum e a morte de Marcelo Cavalcante em fevereiro passado.
Condenamos fortemente estes atos de repressão. Denunciamos a incongruência da política governamental brasileira, uma política de direita com discurso de esquerda. Uma política que é regida pelos mesmos parâmetros econômicos que ditam as multinacionais e portanto por suas mesmas táticas militaristas e repressoras.
Não só rechaçamos a repressão governamental, mas também queremos manifestar nossa solidariedade e apoio aos companheiros e companheiras da FAG pelo trabalho que realizam com as pessoas simples de seu povo, um trabalho constante e tenaz, que os poderes governamentais e policiais pretendiam calar por meio do terror, da intimidação, da repressão. Estamos seguros que não vão conseguir.
È importante demonstrarmos nosso apoio e solidariedade. Por este motivo, apelamos a todos coletivos e organizações anarquistas, libertários ou de base para protestarem contra este ataque.
30 de Outubro 2009